O Rap Nacional esta de LUTO perdemos uma Grande Guerreira Dina Di (Viviane), faleceu nessa madrugada dia 20.
Dina Di deu a luz a uma linda menina Aline no ultimo dia 02/03, e permaneceu internada por causa de uma infecção hospitalar, e nessa madrugada a triste noticia que pegou a todos nós de surpresa que a Rainha do Rap, havia falecido devido a uma infecção generalizada.
O enterro ocorreu na tarde de sábado às 17h no cemitério da Vila Formosa em SP, teve a presença de vários amigos e familiares, em um clima de total emoção.
๋•BEM VINDOS ๋•
Para as mulheres a realidade nem sempre é cor de rosa, mas elas fazem da realidade um arco iris repleto de cores e significado que só as mulheres entendem e sabem interpretar.
O grupo Atitude Feminina é um dos poucos grupos brasileiro formado só por mulheres, cada uma delas leva um elemento feminino diferente ao palco, e mostram através de ações, sons e emoções quem é a verdadeira mulher brasileira.
O grupo Atitude Feminina, com Hellen, Giza Black nas rimas e Aninha no backing vocal, estão juntas desde a sua primeira formação no ano 2000, e desde o começo, elas chamaram a atenção para o lado feminino do movimento HIP HOP, pelo seu engajamento contra violência doméstica e a discriminação das mulheres das classes mais humildes da sociedade.
Com as fortes letras, as suas músicas conseguiram destaque entre os jovens da periferia, sendo muito requisitadas para apresentações em todo o Distrito Federal e Entorno, além das cidades de Goiânia, Barreiras, Belo Horizonte, São Paulo, Piracicaba, Rio de Janeiro e Fortaleza entre outras.
Como está a cena do Rap aqui no DF?
Aninha - Está evoluindo, está crescendo muito, a Atitude Feminina está aí há dez anos na estrada e aqui tem muitas mulheres que rimam, tem a Taty, do grupo Belladonna, tem algumas meninas do entorno, tem algumas meninas gospel como o Relato Feminino. E o rap feminino aqui cresceu muito, da época que a Atitude Feminina começou rimando, para hoje, tem mais mulheres. Agora falando no mercado, de uma forma geral, aqui é muito grande, apesar de não termos muitos espaços para cantar e por isso muitos grupos bons desaparecem, param e infelizmente desistem de seus sonhos.
Qual o sentimento de ter lançado o “CD Rosas”, que ultrapassou as fronteiras do DF, dando ao grupo prêmios e visibilidade nacional e internacional?
Helen – Foi maravilhoso, eu não tinha noção que iria chegar tão longe, eu tinha uma visão que a musica seria tocada mais em Brasília, no máximo cidades mais próximas, mas graças a Deus repercutiu muito, foi muito bom mesmo. Uma pena que nem eu e nem a Giza pudemos comparecer mais nos eventos fora do DF, pois estávamos na correria, mas o pouco que a gente participou foi muito bom, mas o próximo vai ser melhor.
Giza – O mais importante de tudo é a satisfação de ver as pessoas chegarem e ouvirem a nossa música, acharem “massa”. Minha patroa mesmo chegou com o jornal falando que tínhamos ganhado o prêmio Hutúz de Revelação, sendo que nem eu mesmo sabia disso. O melhor de tudo é ver mesmo a satisfação das pessoas, ver que elas têm o carinho e que reconhecem o trabalho de cada uma. Mesmo com as dificuldades, por que foi muito difícil fazer o primeiro CD, mas é uma satisfação.
Aninha – Às vezes a gente não tem noção da responsabilidade que é ser chamada de Atitude Feminina. E quando se fala em Atitude Feminina é sempre lembrada a música “Rosas”. E você acaba não tendo noção, será que o trabalho foi bem feito, foi bem desenvolvido e aí quando chega uma mulher dizendo: “eu denunciei por causa da música Rosas”, “eu tive coragem de denunciar por causa da música Rosas” e maravilhoso. Eu conheço uma pessoa que diz que foi preso por causa da música. Eu creio que a gente conseguiu fazer um trabalho – mesmo sem a gente querer – bem feito. Foi um trabalho que a gente deu um ponta pé e aconteceu, pois como a gente sempre falou, as meninas sempre trabalharam muito, pois elas tem filhos, tem que se sustentar e agora como a gente vai fazer show? Mas quando aconteceu o “Rosas” a gente se colocou dentro da música por ser mulher e de ter vivido dentro de casas atos de violência.
Quais são as principais ações que vocês desenvolvem ou já desenvolveram como grupo fora dos palcos?
Aninha – Além dos palcos nós participamos da Campanha Nacional nos Colégios Contra a Violência a Mulher, Campanha sobre Sexualidade, Campanha Contra as Drogas, Fóruns e Palestras em Colégios, Shows nas comunidades em parceria com a secretaria de ações comunitárias, distribuição de enxoval para mulheres grávidas, material escolar para crianças que as mães não têm condições para comprar e projetos sociais em parceria com a Associação Cultural Claudio Santoro.
Por que vocês fazem essas ações?
Aninha – Realizar o sonho de uma criança, dar o material escolar básico para elas, ouvir uma mãe falar que agora ele tem frauda para os seus filhos, que tem uma manta para eles, pois muitas vezes essas mães que saem do hospital não tem dinheiro para comprar a frauda e nem um kit de saída de maternidade. E como o índice de jovens e adolescentes grávidas aqui no DF é grande, o governo acaba não dando conta de distribuir esse kit para todas. E maravilhoso você ir ao o colégio e cantar para um menino que é menor de idade e não pode ir a um baile de rap, ou a família não gosta que ele vá… É prazeroso pra gente fazer esse trabalho. As mães depois olham a nossa musica com outros olhos.